Briga familiar leva Biscoitos Globo da areia aos tribunais

Famosa por produzir um produto típico da “gastronomia carioca”, a Panificação Mandarino funciona desde a década de 1960 num prédio no Centro sem qualquer letreiro. Ou placa. Nenhuma pista. Quem passa pela porta só descobre que lá funciona a fábrica Biscoitos Globo pelo cheiro de polvilho e pela movimentação de ambulantes que se abastecem no endereço. Segundo os donos da empresa, o objetivo para tanto cuidado é manter a discrição. Mas, por trás desse estilo low profile, arrasta-se uma disputa judicial complexa e polêmica envolvendo a viúva e uma das filhas de João Ponce, um dos quatro fundadores da empresa, morto em 2015, e os sócios que restaram. A pendenga em torno da administração (e dos lucros, é claro) da marca, que se popularizou nas areias cariocas e de lá virou canga, bolsa, camiseta e até objeto de decoração, ganhou novos capítulos no fim de julho.

Conforme noticiou Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO, Roberta Ponce, de 53 anos, e sua filha, Gleice, de 21 anos, recorreram de uma decisão da Justiça que determinou o depósito em juízo de 25% dos lucros destinados a João. Os sócios calcularam R$ 3 mil, valor considerado injusto por Roberta e Gleice. Em julho, a juíza da 2ª Vara de Família da Barra da Tijuca determinou que seja realizada uma perícia nas contas da empresa para determinar quanto vale e quanto lucra por mês a fábrica.

VALOR DA MARCA EM DISPUTA

Os donos alegam que a crise murchou os negócios e que, desde a morte de João, vêm depositando religiosamente as quantias devidas aos herdeiros — incluindo as outras três filhas do primeiro casamento do empresário. O dinheiro, segundo eles, estaria indisponível para uso das herdeiras porque ainda se desenrola o processo de inventário.

A briga em família se sustenta numa divergência na contabilidade da empresa. Segundo Mariana Zonenschein, advogada de Roberta e Gleice, ao serem questionados na Justiça, os sócios da fábrica Biscoitos Globo teriam apresentado um balanço contábil “irreal”. Daí os R$ 3 mil mensais. Pelos cálculos deles, a empresa valeria cerca de R$ 1,56 milhão.

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